Apito Final

Enquanto a bola rola nos relvados, aqui fazem-se golos, assinstências e desarmes precisos. A nata do futebol decifrada em palavras e imagens.

Monday, May 16, 2005

Venceu quem procurou ganhar

Não foi um bom jogo aquele a que se pôde assistir no passado Sábado, em pleno Estádio da Luz. Benfica e Sporting, conscientes daquilo que tinham a fazer, e algo retraídos pela cabal importância da partida, apresentaram um futebol táctico, pouco vistoso e, demasiadas vezes, mal jogado.

Benfica
A formação encarnada apresentou o seu onze base, com Miguel a jogar ligeiramente debilitado, bem como Simão Sabrosa. Geovani Trapatoni sabia que ao Benfica apenas a vitória interessava. E jogou para ganhar. Não praticando um futebol de grande nível, o Benfica acabou por dominar a primeira parte sem, no entanto, ter criado grandes situações de golo. Manuel Fernandes foi o mais inconformado e incisivo jogador encarnado, tentando por diversas vezes a sua sorte em remates de fora da área e auxiliando a equipa nas tarefas defensivas. Em mau plano esteve Miguel. Em condições físicas inaceitáveis, e com os níveis de concentração afectados, o lateral-direito foi uma sombra de si mesmo, disputando cada lance defensivo com receio e medindo mal, muito mal, a maioria dos cruzamentos tirados sem oposição.
Mesmo assim, foi o Benfica quem, inquestionavelmente mais atacou, rematou e lutou. Os encarnados quiseram ganhar o jogo.

Sporting
Para este ascendente da formação da casa, muito contribuiu a atitude esxpectante do Sporting. José Peseiro, como já é habitual, surpreendeu ao escalar um onze nada habitual. Com Leidson castigado, o treinador leonino apostou numa frente de ataque (pouco) móvel, com Douala e Sá Pinto. No meio campo, Moutinho e Custódio tiveram a companhia de dois jogadores claramente em sub-rendimento: Rochemback e Pedro Barbosa. No sector defensivo, sem Enakarhire, lesionado, Beto e Polga realizaram uma boa exibição no eixo, sendo que Rui Jorge e Miguel Garcia ficaram vários furos abaixo daquilo que hoje se exige de um lateral moderno. No banco... Tello, Hugo Viano, Pinilla e Rogério. Tivesse Peseiro apostado de início nestes quatro jogadores - em detrimento de Barbosa, Rochemback, Sá Pinto e Garcia -, e talvez o resultado tivesse sido outro.
Podem questionar-se as opções do treinador verde-e-branco, pode dizer-se que o Sporting jogou muito aquém daquilo que sabe e pode fazer. Mas Peseiro é quem decide. Arriscou e deu-se mal. Sem hipóteses nas competições internas, resta à formação de Alvalade conquistar a taça UEFA e escrever mais uma bonita página na história do futebol português.

Há GOLOS e... golos
Por mais que se dêem voltas, este derby ficará para sempre na história como aquele em que um golo polémico sentenciou o vencedor. Luisão fez falta? Ricardo terá falhado redondamente? Não será o lance entre Quim e Sá Pinto tão questionável como este? São muitas as perguntas que ficam no ar. Mas nenhuma delas mudará o resultado da partida. O Benfica venceu (merecidamente) por 1-0 e, depois de o ter eliminado da taça de Portugal, retirou ao seu eterno rival a possibilidade de se sagrar campeão da Super Liga.

Perto do céu
Mais de uma década depois, o Benfica está a um ponto do título de campeão nacional. Com um plantel desequilibrado, limitado até, a velha raposa fez aquilo que muitos não julgavam possível: colocou os encarnados na rota do título. A última (e complicada) paragem é o Bessa.
A nação benfiquista tem uma oportunidade única para reaver o título e entrar pela porta grande na próxima edição da Liga dos Campeões. Veremos se há estofo de campeão para os lados da Luz.

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